ou de como todo o lixo e clichê serão utilizados ou isso um dia foi uma dança fragmentada

12
Jun 09

Eu moro em Taubaté. A USP para mim é só um ponto de orientação intelectual. Não tenho relações afetivas com essa comunidade.O que não escondeu o meu horror ao ver que pessoas apanhavam

Bater é errado, minha mãe me disse. Apanhar dói. E Infelizmente eu só voltei a tomar uma posição sobre isso quando a normalidade foi quebrada. Por que para mim, terrivelmente, se tornou natural  que as pessoas “abaixo de mim” apanhassem. Voltar a ordem é tudo. Meu Deus, que ordem? Lendo e vendo o que aconteceu, apenas uma coisa me ocorreu: a culpa daquela violência e de muitas violências é minha.

Sou eu, que apático, alimento um espírito Coletivo de Violência que é  quem realmente assina embaixo o direito à truculência, muitas vezes disfarçada com a máscara do bom tom.

 Não é apenas o governador, ou o policial, ou o juiz, ou o bandido que autoriza “tocar terror geral”; sou eu, um pacato taubateano, que engordando a Cultura da Violência com o meu dinheiro, o meu pensamento, o meu prazer estético etc é que autorizo o espancamento de estudantes, o espancamento de pobres, o assassinato de presos, a caça a policias, os abusos infantis, o estrangulamento da liberdade, o aumento de decibéis e discussões; a violência que me prejudica, machucando de quem eu gosto; desenvolve organismos, igrejas comitês, cooperativas, associações que trabalham insidiosamente na jardinagem de mais violência, cria Datenas e afins.

O pior, ou melhor, é saber que eu gosto de me alimentar de violência, Deus.

Gabriela Leite, uma mulher excepcional, em sua última entrevista ao Roda-Viva, declarou: Essa é uma das épocas mais conservadoras que vivemos.

E para mim, mais conservadorismo é igual a mais violência, habilmente trabalhada, me alimentando e me dando prazer.  

 

Esse post é uma espécie de resposta/ diálogo com dois posts que mexeram comigo.

 

O texto da Olívia Maia, O outro é o texto da Mariana, via  Marcos Donizetti

 

publicado por léo mariano às 19:22
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14
Abr 09


De verdade: Foram os homenzinhos verdes que tocaram o terror encarnado na Biblioteca de Alexandria.Os etezinhos esmeraldas, disfarçados de Ptolomeu VIII, Júlio Cesar, Imperador Aureliano, o arcebispo cristão Teófilo, Califa Omar etc, mandaram queimar os livros dos homens.

Escarlate, tudo, pelos deuses.

Tebas amanheceu sob o Carro de Apolo que, apalpando o breu, acordou Tirésias.
_ Por Zeus! - vaticinou o adivinho após um bocejo - Foi só um sonho os verdinhos. Afê...Lá me vou, ai, para mais um dia de raivosas verdades. Preciso de um copo de vinho, maças e azeitonas no café da manhã. Antevejo uma longa caminhada até o pôr- do -sol, afinal, daqui à pouco, o arauto de
Édipo virá aqui para sinalizar o caminho das minhas horas. Maldita hora em que olhei as vergonhas de Atena ficarem vermelhas de raiva!

_Ai Zeus, por que eu não tiveo castigo de Prometeu? - pensou Tirésias, enquanto abria os olhos, não enxergava a luz e orientava o seu humor

 

 

Agradecimento a ajuda voluntária/ involuntária:

Alessandro Martins

André Gazola

Fernando Kitzinger Dannemann

publicado por léo mariano às 00:08

07
Mar 09

Resolvi escrever algo sobre o que eu acho do dias das mulheres.

Antes, porém, o Doni,Marcos Donizetti, escreve algo bacana sobre o assunto que casa mais ou menos com o que penso. Diz ele em determinado trecho:

"Não! Pode até ser que não seja má fé, mas se você é um gerente que parabeniza sua funcionária pelo dia dela e depois oferece aquela promoção ao funcionário menos capacitado, que acompanha com você os jogos do seu time (já vi isso acontecer), você é um hipócrita! Se você parabeniza sua esposa pelo dia dela, mas chega em casa e se esparrama no sofá enquanto ela cumpre sua jornada tripla de trabalho, você é um hipócrita! Se você cumprimenta todas as suas amigas, mas passa o restante do ano tendo o mesmo comportamento machista e sexista de sempre, você é um hipócrita! O homem que não se posiciona de verdade, com sinceridade e desprendimento, frente a questões importantes da feminilidade e da relação entre os sexos deveria ter ao menos a dignidade de não ficar repetindo o clichê de "parabéns pelo seu dia"."

Ao fim do texto, fiz comentário que entr outras coisa diz:

"Tenho tbm essa visão. O que me surpreende no discurso do dia da mulher é o sequestro da voz das próprias mulheres.

 é estranho ver homens e mulheres falando de um outro, como se existe um terceiro elemento, uma mulher idealizada, para o bem ou para o mal, que merece nossa atenção."

E na voz das mulheres que defendem essa causa, mas sem reflexão, isso causa um deslocamento mais estranho ainda ."

Se você quiser ler tudo e participar desse diálogo, que necessariamente não tem que ser conosco, pois o diálogo que falo, é um diálogo amplo, de formação discursiva, de uma espiada no texto inteiro do Doni.

É um diálogo que precisa de uma polifônia de vozes heterogenias para a fabricação de perguntas satisfatórias.

publicado por léo mariano às 19:48
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03
Mar 09

É claro que eu acho que já reclamei disso por aqui, ou por ali.

Mas o que seria da vida sem esses ciclos sazonais de reclamação?

Mutito melhor , talvez,  com mais liberdade , com a cabeça livre para pensar em coisas mais valiosas, ganhando buracos vazios no calendário, tanto para o passado, quanto para o presente, sem esquecer uns 2 dias no futuro,  esperando um rabisco original da nossa  vontade, e não um pretinho básico da rotina massacrado por nós em nós.

Divago?

Claro!

Sono e calor. Tudo por que acho injusto quando dizem que a midia é  uma manipuladora, sem elencar, para isso, o total cinismo da moça do tempo.

A sorridente mocinha do fundo azul,  com a melhor naturalidade, tem sempre o cinismo de dizer que o tempo, cada vez mais doido, é sempre normal.

Não estou defendendo os prós e contras do aquecimento global, e sim, defendendo uma  melhor transparência no discurso da moça do tempo, mesmo que para isso cause um certo mal estar generalizado.

Divago, de novo.

Agora, que é desavergonhado defender  essa maluquice que o tempo está vivendo hoje, ah, isso pra mim, é.

Existe manipulação e cinismo na politica, no pre-release, no caderno de esporte  e nas tirinhas dominicais?

Existe.

Porém, em dias de calor como esse, eu só quero exigir a total imparcialidade da moça no tempo, causando pânico generalizado em todos os que assistem um jornalzinho noturno pela TV.

Meu humor agradece!

publicado por léo mariano às 02:48
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