ou de como todo o lixo e clichê serão utilizados ou isso um dia foi uma dança fragmentada

28
Mai 09

A boa vida é composta de detalhes. Bom, pelo menos no transporte público.

Vou exemplificar essa minha categorização maluca.

A ideia de que um transporte público é fundamental para o bom andamento da cidade é a mais calejada e a mais bem querida de todos. De todos.

Contudo, cada cidade tem o seu inferno estagnado sobre esse assunto e com Taubaté não é diferente.

Não tropeçarei na esparrela de  analisar os problemas técnicos  viários; quero é discorrer sobre dois detalhes que me aborrecem diretamente.

O primeiro detalhe diz respeito ao município e ao público. O segundo detalhe diz respeito ao privado e a empresa.

 

Detalhe público:

 

O governo da prefeitura de Taubaté teve a idéia, ainda em tramites na câmara de vereadores, de subsidiar a passagem das pessoas com mais de 60 anos que consigam provar carência. Hoje, apenas pessoas com mias de 65 anos podem andar de graça no ônibus, provando ou não carência.

“Ótimo! Em Taubaté os velhinhos ganharão cinco anos a mias de viagens gratuitas. Que presente” –  Alguns dirão.

Eu respondo: “Sei não, acho que é demagogia. Basta uma rápida andada de ônibus, principalmente nos dias do mês que correspondem ao pagamento da aposentadoria, ou seja, os 10 primeiros dias, para notar que as coisas estão descambando para a bagaceira.”

È fato que a população está envelhecendo, aprendendo e exigindo os seus direitos. Em um ritmo lento? Sim, mas está acontecendo. E outra vez, com Taubaté não é diferente.

Em minhas viagens de ônibus (por um bom numero de carros da frota, digo já) vejo mais e mais idosos se espremendo em apenas 25% do ônibus. Sério! Existem dias e horários em que há tantos idosos se espremendo que alguns preferem pagar passagem a viajar de graça.

Agora, meu bom, imagine o aumento exponencial de velhinhos se amassando na parte da frente do ônibus quando a lei beneficiando pessoas com mais de 60 anos for aprovada?

É claro que pode existir a possibilidade da lei municipal prever, aleémda isenção da passagem, o aumento da área destinada aos beneficiários.

Mas daí se tem outra porca e outro rabo!

O que se faz com os passageiros e  área com os passageiros pagantes? Moem-se mais?

Não sou contra a lei, ou com qualquer coisa que possa nos beneficiar,os cidadãos (e também vou envelhecer.) mas nesse governo de demagogia barata (o pleonasmo é fundamental) desconfio que as melhores intenções são do capeta.

 

Amanha, para não deixar o texto longo e para ter assunto, o detalhe privado e a conclusão.

 

publicado por léo mariano às 20:36

25
Mai 09

 

Voltei pra dizer que fecho, não! Só quando cansar de hablar.

Como consumidor(sim, consumidor) me cansa, me expulsando, ver um artista ou crítico (principalmente do mundico literário) conclamar a eterna busca da originalidade.

Quero longe a originalidade.

Explico-me.

Me parece tolice a busca dessa originalidade que nasce do nada e descreve as inquietações de um espírito inquieto.Sacou?

Esse ideia que nasceu com os românticos, se radicalizou com as vanguardas se transformando no discurso bocó de dez entre dez críticos e artistas sérios.
Eu gosto daquela originalidade do artesão. Do artista que conhece todas as ferramentas do seu ofício e busca a "originalidade" dentro de limites muito bem estabelecidos.

Taí ai os sonetos que não me deixam mentir.

E as grandes mudanças ocorreram por que o artesão conhecia toda a tradição e sabia exatamente onde alterar o objeto, para uma nova percepção do seu público. (Mas a última frase é só um achismo.)

Exemplo:

Em todo filme de ação, dos anos 70 para cá, é lei a tal perseguição. Pode ser de carro, magrela, avião ou barco, tem que ter perseguição.

E não é fantástico quando um roteirista escrevendo dentro dos limites de tempo, enquadramentos, planos etc tenta buscar um novo modo de apresentar a mesma cena, em diversos filmes?

Muitas saem boca-inteira, outras meia-boca, algumas boas e excelentes, mas de repente, tcham!tcham! uma obra de arte. Eu acredito.

Viva o artesão. Abaixo o artista em busca de originalidade. Eca.

publicado por léo mariano às 03:05

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